Idealização - Bom Crioulo (Amaro) via aleixo com um olhar idealizado; Aleixo é visto como um ser perfeito e ideal, semelhante à posição em que a mulher muitas vezes foi colocada no romantismo (poesia e prosa) e, mesmo antes, na poesia de camões e nas cantigas de amor do medievo português. Porém, nesse caso há um homem que idealiza outro, enxergando-o como se este fosse uma mulher, objeto de seu desejo, como se fosse uma coisa, um pertence seu.
Triângulo amoroso - Aleixo é o ângulo principal do triângulo amoroso, visto que inicialmente ele mantém um relacionamento homossexual com Bom Crioulo, mas depois passa a também se relacionar, às escondidas, com D. Carolina. Esta, antes amiga fiel e totalmente grata a Amaro, passa, depois de estar amasiada com o grumete (Aleixo), a repelir a imagem de seu antigo amigo. Bom Crioulo é, de certo modo, rejeitado por Aleixo e por D. Carolina, pois é traído por ambos. Aos poucos Bom Crioulo vai tomando conhecimento da realidade ao seu redor, o que vai provocar o desfecho trágico da narrativa - o ciúme do amador/possuidor que conduz à morte.
Crime passional - diante da constatação da realidade e da brusca oposição entre idealização e realidade vivida, Bom Crioulo fica enfurecido e insandecido, e parte para realizar sua vingança sanguinolenta. Totalmente transtornado pelos tormentos e sofrimentos aos quais foi submetido, ele, tomado por um instinto animalesco e totalmente destituído da razão humana, apenas guiado pelo instinto de vingança, sai à caça de Aleixo para exterminar-lhe a vida.
Final previsível - o final previsível é um final tipicamente naturalista, com uma cena de assassinato à sangue frio, um sujeito completamente insano; insanidade esta causada pelo meio em que ele vivia. Ele, que antes era conhecido como BOM CRIOULO, marinheiro bem comportado e exemplar, se torna um assassíno frio, agindo simplesmente guiado por seu instinto de vingança, em seu estado de natureza, fora das regras e convenções sociais, prevalencendo numa sociedade em que o mais forte prevalece ao mais fraco (Darwinismo social). No finalzinho do conto percebe-se que o assassinato em poucos minutos tornou-se algo irrelevante aos transeuntes que passavam pelo local onde o fato acabara de ocorrer.
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