domingo, 30 de novembro de 2008

Tim e Bagatelas comemora seus mais de 1000 acessos

Tim e Bagatelas agradece a todos os mais de 1000 Bagateloucos que têm acessados essas muitas poucas bagatelas e bagateloucuras que compartilho.

Muito obrigado... pq o blog é nosso!!!

Tim e Bagatelas

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Gabarito Exercício de Revisão TROVADORISMO (1º Ano)

Gabarito Exercício de Revisão TROVADORISMO

1) Respostas: Cantiga de amigo – Trovadorismo
2) Resposta: a) Trovadorismo b) Cantigas líricas e satíricas.
3) Resposta: Coita é o sofrimento amoroso, provocado pelo amor não correspondido.
4) Resposta: d
5) Resposta: Ele não pode ser considerado uma cantiga de maldizer porque não apresenta uma sátira direta, ou seja, não permite a identificação da pessoa criticada e também não apresenta um vocabulário chulo.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

PROGRAMAÇÃO DA SEMANA DE ARTE MODERNA E REVISTA DE ANTROPOFAGIA (2º ANO)

Programa da Semana de Arte Moderna




Revista de Antropofagia









A pintura modernista brasileira (2º ANO)







Lasar Segall, Mercadores




Lasar Segall, A Família





Anita Malfati, O farol






Anita Malfatti
'A Boba', 1915/16
Óleo s/ tela61 x 50,6 cm
Doação MAMSP







Tarsíla do Amaral
'Abaporu'-1928
óleo/tela 85 X 73cm
Assin.:"11-1-1928",aniversário de Oswald de Andrade






Tarsíla do Amaral
'Antropofagia'-1929
óleo/tela 126 X 142cm
Assin.:"Tarsila 29"



Tarsíla do Amaral
'A Cuca'-1924
óleo/tela 73 X 100cm,
Col. do Museu de Grenoble, França

Fragmentos do Artigo: "Paranóia ou mistificação", em que Monteiro Lobato critica a Arte Moderna e a exposição da pintora Anita Malfatti (2º Ano)

Monteiro Lobato
PARANÓIA OU MISTIFICAÇÃO?
A propósito da Exposição Malfatti

Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêm as coisas e em conseqüência fazem arte pura, guardados os eternos ritmos da vida, e adotados, para a concretização das emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres. (...)
A outra espécie é formada dos que vêm anormalmente a natureza e a interpretam à luz das teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. São produtos do cansaço e do sadismo de todos os períodos de decadência; são frutos de fim de estação, bichados ao nascedouro. Estrelas cadentes, brilham um instante, as mais das vezes com a luz do escândalo, e somem-se logo nas trevas do esquecimento.
Embora se dêem como novos, como precursores de uma arte a vir, nada é mais velho do que a arte anormal ou teratológica: nasceu como a paranóia e a mistificação.
De há muito que a estudam os psiquiatras em seus tratados, documentando-se nos inúmeros desenhos que ornam as paredes internas dos manicômios.
A única diferença reside em que nos manicômios essa arte é sincera, produto lógico dos cérebros transtornados pelas mais estranhas psicoses; e fora deles, nas exposições públicas zabumbadas pela imprensa partidária mas não absorvidas pelo público que compra, não há sinceridade nenhuma, nem nenhuma lógica, sendo tudo mistificação pura.
Estas considerações são provocadas pela exposição da sra. Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso & Cia.
Essa artista possui um talento vigoroso, fora do comum. Poucas vezes, através de uma obra torcida em má direção, se notam tantas e tão preciosas qualidades latentes. Percebe-se, de qualquer daqueles quadrinhos, como a sua autora é independente, como é original, como é inventiva, em que alto grau possui umas tantas qualidades inatas, das mais fecundas na construção duma sólida individualidade artística.
Entretanto, seduzida pelas teorias do que ela chama arte moderna, penetrou nos domínios de um impressionismo discutibilíssimo, e pôs todo o seu talento a serviço duma nova espécie de caricatura.
Sejamos sinceros: futurismo, cubismo, impressionismo e tutti quanti não passam de outros ramos da arte caricatural. É a extensão da caricatura a regiões onde não havia até agora penetrado. Caricatura da cor, caricatura da forma – mas caricatura que não visa, como a verdadeira, ressaltar uma idéia, mas sim desnortear, aparvalhar, atordoar a ingenuidade do espectador.
A fisionomia de quem sai de uma de tais exposições é das mais sugestivas.
Nenhuma impressão de prazer ou de beleza denunciam as caras; em todas se lê o desapontamento de quem está incerto, duvidoso de si próprio e dos outros, incapaz de raciocinar e muito desconfiado de que o mistificaram grosseiramente.
Outros, certos críticos sobretudo, aproveitam a vasa para «épater le bourgeois» (chocar o burguês). Teorizam aquilo com grande dispêndio de palavreado técnico, descobrem na tela intenções inacessíveis ao vulgo, justificam-nas com a independência de interpretação do artista; a conclusão é que o público é uma besta e eles, os entendidos, um grupo genial de iniciados nas transcedências sublimes duma Estética Superior.
No fundo, riem-se uns dos outros – o artista do crítico, o crítico do pintor. É mister que o público se ria de ambos.
«Arte moderna»: eis o escudo, a suprema justificação de qualquer borracheira. (...)
A pintura da sra. Malfatti não é futurista, de modo que estas palavras não se lhe endereçam em linha reta; mas como agregou à sua exposição uma cubice, queremos crer que tende para isso como para um ideal supremo. (...)
Não fosse profunda a simpatia que nos inspira o belo talento da sra. Malfatti, e não viríamos aqui com esta série de considerações desagradáveis. Como já deve ter ouvido numerosos elogios à sua nova atitude estética, há de irritá-la como descortês impertinência a voz sincera que vem quebrar a harmonia do coro de lisonjas.
Entretanto, se refletir um bocado verá que a lisonja mata e a sinceridade salva.
O verdadeiro amigo de um pintor não é aquele que o entontece de louvores; sim, o que lhe dá uma opinião sincera, embora dura, e lhe traduz chãmente, sem reservas, o que todos pensam dele por detrás. (...)
Julgamo-la, porém, merecedora da alta homenagem que é ser tomada a sério e receber a respeito de sua arte uma opinião sinceríssima – e valiosa pelo fato de ser o reflexo da opinião geral do público não idiota, dos críticos não cretinos, dos amadores normais, dos seus colegas de cabeça não virada – e até dos seus apologistas.
Dos seus apologistas, sim, dona Malfatti, porque eles pensam deste modo... por trás.

Veja o Artigo na integra clicando no link: http://www.pitoresco.com.br/brasil/anita/lobato.htm

MANIFESTO DA POESIA PAU-BRASIL e MANIFESTO ANTROPÓFAGO (2º Ano)

Acesse os links e veja os manifestos:

MANIFESTO DA POESIA PAU-BRASIL: http://www.antropofagia.com.br/antropofagia/pt/man_paubrasil.html

MANIFESTO ANTROPÓFAGO: http://www.antropofagia.com.br/antropofagia/pt/man_antropo.html

Trovadorismo - 1º ano

Designa-se por Trovadorismo o período que engloba a produção literária de Portugal durante seus primeiros séculos de existência (séc. XII ao XV). No âmbito da poesia, a tônica são mesmo as Cantigas em suas modalidades; enquanto a prosa apresenta as Novelas de Cavalaria.

Contexto Histórico
Momento final da Idade Média na Península Ibérica, onde a cultura apresenta a religiosidade como elemento marcante.
A vida do homem medieval é totalmente norteada pelos valores religiosos e para a salvação da alma. O maior temor humano era a idéia do inferno que torna o ser medieval submisso à Igreja e seus representantes.
São comuns procissões, romarias, construção de templos religiosos, missas etc. A arte reflete, então, esse sentimento religioso em que tudo gira em torno de Deus. Por isso, essa época é chamada de Teocêntrica.
As relações sociais estão baseadas também na submissão aos senhores feudais. Estes eram os detentores da posse da terra, habitavam castelos e exerciam o poder absoluto sobre seus servos ou vassalos. Há bastante distanciamento entre as classes sociais, marcando bem a superioridade de uma sobre a outra.
O marco inicial do Trovadorismo data da primeira cantiga feita por Paio Soares Taveirós, provavelmente em 1198, entitulada Cantiga da Ribeirinha.
Características
A poesia desta época compõe-se basicamente de cantigas, geralmente com acompanhamento de instrumentos (alaúde, flauta, viola, gaita etc.). Quem escrevia e cantava essas poesias musicadas eram os jograis e os trovadores. Estes últimos deram origem ao nome deste estilo de época português.
Mais tarde, as cantigas foram compiladas em Cancioneiros. Os mais importantes Cancioneiros desta época são o da Ajuda, o da Biblioteca Nacional e o da Vaticana.
As cantigas eram cantadas no idioma galego-português e dividem-se em dois tipos: líricas (de amor e de amigo) e satíricas (de escárnio e mal-dizer).
Do ponto de vista literário, as cantigas líricas apresentam maior potencial pois formam a base da poesia lírica portuguesa e até brasileira. Já as cantigas satíricas, geralmente, tratavam de personalidades da época, numa linguagem popular e muitas vezes obscena.
Cantigas de amor
Origem da Provença, região da França, trazidas através dos eventos religiosos e contatos entre as cortes. Tratam, geralmente, de um relacionamento amoroso, em que o trovador canta seu amor a uma dama, normalmente de posição social superior, inatingível. Refletindo a relação social de servidão, o trovador roga a dama que aceite sua dedicação e submissão.
Eu-lírico - masculino
Cantigas de amigo
Neste tipo de texto, quem fala é a mulher e não o homem. O trovador compõe a cantiga, mas o ponto de vista é feminino, mostrando o outro lado do relacionamento amoroso - o sofrimento da mulher à espera do namorado (chamado "amigo"), a dor do amor não correspondido, as saudades, os ciúmes, as confissões da mulher a suas amigas, etc. Os elementos da natureza estão sempre presentes, além de pessoas do ambiente familiar, evidenciando o caráter popular da cantiga de amigo.
Eu-lírico - feminino

Cantigas satíricas
Aqui os trovadores preocupavam-se em denunciar os falsos valores morais vigentes, atingindo todas as classes sociais: senhores feudais, clérigos, povo e até eles próprios.
Cantigas de escárnio - crítica indireta e irônica
Cantigas de maldizer - crítica direta e mais grosseira
A prosa medieval retrata com mais detalhes o ambiente histórico-social desta época. A temática das novelas medievais está ligada à vida dos cavaleiros medievais e também à religião.
A Demanda do Santo Graal é a novela mais importante para a literatura portuguesa. Ela retrata as aventuras dos cavaleiros do Rei Artur em busca do cálice sagrado (Santo Graal). Este cálice conteria o sangue recolhido por José de Arimatéia, quando Cristo estava crucificado. Esta busca (demanda) é repleta de simbolismo religioso, e o valoroso cavaleiro Galaaz consegue o cálice.
TEXTOS
Cantiga de Amor

Senhora minha, desde que vos vi,
lutei para ocultar esta paixão
que me tomou inteiro o coração;
mas não o posso mais e decidi
que saibam todos o meu grande amor,
a tristeza que tenho, a imensa dor
que sofro desde o dia em que vos vi.

Quando souberem que por vós sofri
Tamanha pena, pesa-me, senhora,
que diga alguém, vendo-me triste agora,
que por vossa crueza padeci,
eu, que sempre vos quis mais que ninguém,
e nunca me quiseste fazer bem,
nem ao menos saber o que eu sofri.

E quando eu vir, senhora, que o pesar
que me causais me vai levar à morte,
direi, chorando minha triste sorte:
"Senhor, porque me vão assim matar?"
E, vendo-me tão triste e sem prazer,
todos, senhora, irão compreender
que só de vós me vem este pesar.

Já que assim é, eu venho-vos rogar
que queirais pelo menos consentir
que passe a minha vida a vos servir,
e que possa dizer em meu cantar
que esta mulher, que em seu poder me tem,
sois vós, senhora minha, vós, meu bem;
graça maior não ousarei rogar.

Afonso Fernandes


Cantiga de Amigo

Enquanto Deus me der vida,
viverei triste e coitada,
porque se foi meu amigo,
e disso fui a culpada,
pois que me zanguei com ele
quando daqui se partia:
por Deus, se agira voltasse,
muito alegre eu ficaria.

E sei que andei muito mal
em zangar-me como fiz,
porque ele não o merecia
e se foi muito infeliz,
pois que me zanguei com ele
quando daqui se partia:
por Deus, se agira voltasse,
muito alegre eu ficaria.

Certamente ele supõe
que comigo está perdido,
do contrário, voltaria,
porém, sente-se ofendido,
pois que me zanguei com ele
quando daqui se partia:
por Deus, se agira voltasse,
muito alegre eu ficaria.

Juan Lopes


Cantiga de Escárnio

Conheceis uma donzela
por quem trovei e a que um dia
chamei de Dona Beringela?
nunca tamanha porfia
vi nem mais disparatada.
Agora que está casada
chamam-lhe Dona Maria.

Algo me traz enjoado,
assim o céu me defenda:
um que está a bom recato
(negra morte o surpreenda
e o Demônio cedo o tome!)
quis chamá-la pelo nome
e chamou-lhe Dona Ousenda.

Pois que se tem por formosa
quanto mais achar-se pode,
pela Virgem gloriosa!
um homem que cheira a bode
e cedo morra na forca
quando lhe cerrava a boca
chamou-lhe Dona Gondrode.

Dom Afonso Sanches


Cantiga de Maldizer

Ai dona fea! Foste-vos queixar
Que vos nunca louv'en meu trobar
Mais ora quero fazer un cantar
En que vos loarei toda via;
E vedes como vos quero loar:
Dona fea, velha e sandia!

Ai dona fea! Se Deus mi pardon!
E pois havedes tan gran coraçon
Que vos eu loe en esta razon,
Vos quero já loar toda via;
E vedes qual será a loaçon:
Dona fea, velha e sandia!

Dona fea, nunca vos eu loei
En meu trobar, pero muito trobei;
Mais ora já en bom cantar farei
En que vos loarei toda via;
E direi-vos como vos loarei:
Dona fea, velha e sandia!

Fonte: www.graudez.com.br

sexta-feira, 18 de julho de 2008

A ALMA ENCANTADORA DAS RUAS

Ouça um trecho da crônica "A Rua" e veja algumas imagens do Rio de Janeiro do início do século.
http://br.youtube.com/watch?v=5Db14AyNyc4

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Aula de Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra (Mia Couto)

Desculpem a demora para a postagem mas tive pequenos problemas para postá-la, abraço e boa prova!

No princípio,
a casa foi sagrada
isto é, habitada
não só por homens e vivos
como também por mortos e deuses

Sophia de Mello Breyner (Epígrafe da obra)

O Autor
• António Emílio Leite Couto, Mia Couto, nasceu em Moçambique, na cidade da Beira, em 5 de Julho de 1955. O pai, Fernando Couto, emigrante português natural de Rio Tinto, foi jornalista e poeta, pertencendo a círculos intelectuais, do tipo cineclubes, onde se faziam debates. Chegou a escrever dois livros que demonstraram preocupação social em relação à situação de conflito existente em Moçambique.

• Mia Couto publicou os primeiros poemas no jornal Notícias da Beira, com 14 anos. Iniciava assim o seu percurso literário dentro de uma área específica da literatura – a poesia –, mas posteriormente viria a escrever as suas obras em prosa.

• Em 1972, foi para Lourenço Marques estudar medicina. A partir de 1974 enveredou pelo jornalismo, tornando-se, com a independência, repórter e diretor da Agência de Informação de Moçambique (AIM), da revista semanal Tempo e do jornal Notícias de Maputo.
• Durante muitos anos, o escritor viveu sob o fogo cruzado da guerra de libertação do seu país. De 1972 a 1975 (data da independência de Moçambique) participou na guerra como membro da Frelimo, a frente de libertação liderada por Samora Machel, o que o obrigou à clandestinidade.

• Em 1985, regressou à Universidade de Eduardo Mondlane, em Lourenço Marques, para se formar em biologia. Em 1992, foi o responsável pela preservação da reserva natural da Ilha de Inhaca. Actualmente dedica-se a pesquisas nesse âmbito, exercendo também, como biólogo, a profissão de professor universitário, além de dirigir uma empresa de estudos sobre impacte ambiental.

A obra de Mia Couto:
Raiz de Orvalho – 1999 (poesia)
Vozes Anoitecidas – 1987 (contos)
Cronicando – 1991 (coletânea de crônicas)
Cada Homem é uma Raça – 1990 (contos)
Terra Sonâmbula – 1992 (romance)
Estórias Abensonhadas – 1994 (contos)
A Varanda do Frangipani – 1996 (romance)
Contos do Nascer da Terra – 1997 (contos)
Mar me quer – 2000 (romance)
Vinte e Zinco – 1999 (romance)
O Último Voo do Flamingo – 2000 (romance)
Na Berma de Nenhuma Estrada e Outros Contos – 2001 (contos)
O Gato e o Escuro – 2001 (contos)
Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra – 2002 (romance)

Alguns personagens:
• Avô Dito Mariano (pai)
• Avó Dulcineusa
• Tia Admirança
• Mariavilhosa
• Fulano Malta
• Abstinêncio
• Ultímio
• Mariano (neto/filho)
• Dr. Amilcar Mascarenha
• Mulato Tuzébio
• João Loucomotiva
• Padre Nunes
• Miserinha (cunhada de Dulcineusa)

O tempo e a terra:
• Rio – o masculino frágil, fluido, instável, assim como os homens da narrativa que demonstram seus sentimentos e fragilidades.

• Terra – o feminino, o lugar da segurança, da fortaleza, a casa, o local da junção de vivos e mortos.

Os espaços e o tempo:
• A casa – Nyumba-Kaya – “‘Nyumba’ é a palavra para nomear ‘casa’ nas línguas nortenhas. Nos idiomas do Sul, casa se diz ‘Kaya’”
• A cidade e a ilha
• A modernidade e a tradição.
• A casa como mãe/mulher e a importância das personagens femininas
• A casa como terra semeada que precisa ser regada e que é fonte de vida e de manutenção das tradições
• Mariano (neto) e Ultímio – perigo às tradições?
• “O importante não é a casa onde moramos. Mas onde em nós a casa mora” (p. 52)
• Mariano como o defensor da casa e das tradições
• Travessia (horizontal) – rio
• Ascensão (vertical) – árvore
• Mariano (neto) – cumpridor do ciclo das visitas (“visitou casa(nascimento), terra(crescimento), homem(amadurecimento), rio(morte)”)

Críticas sustentas na obra
• Ao imperialismo europeu e à colonização

• À hipocrisia humana, das pessoas na sociedade (o caso de Lopez que violentou Mariavilhosa, apesar de aparentar ser um católico santo e fervoroso; o padre Nunes; o Tio Abstinêncio; Ultímio, Avô Mariano).

Outros aspectos relevantes
• O narrador de 1ª pessoa e a utilização do discurso direto e discurso indireto;

• As cartas – a importância dessa linguagem para o desenvolvimento da trama;

• A confluência dos planos do real e do fantástico (cenas como a da morte e a nuvem ou a da morte de Mariavilhosa)

domingo, 18 de maio de 2008

Aula São Bernardo - Graciliano Ramos

Biografia de Graciliano Ramos(1892-1953)
• Graciliano Ramos (1892-1953) foi escritor, revisor de jornal e diretor a Imprensa Oficial de Alagoas.

• É um dos grandes nomes da Segunda Geração do Modernismo brasileiro(1930-45).

• Grande expoente do romance regionalista, Graciliano apresenta estilo marcante com textos secos e enxutos.

• Suas principais obras são Vidas Secas e São Bernardo, que abordam temas como a seca, o corenelismo, a miséia e a força do povo nordestino.
• Durante o Estado Novo, ao ser acusado de ligações com o Partido Comunista Brasileiro, Graciliano é preso. As experiências vividas na prisão seriam, posteriormente, relatadas em seu livro Memórias do Cárcere.
• Graciliano escreveu crônicas para os jornais O Índio (Palmeira dos Índios), Jornal de Alagoas (Maceió) e Paraíba do Sul (Paraíba do Sul, RJ), sendo que muitas delas forma reunidas em livros.

O narrador
• Paulo Honório
• Narrador em 1ª pessoa (narrador-personagem)
• Um “eu protagonista”
• Um narrador que é escritor e protagonista
• Um narrador que constrói uma narrativa na tentativa de recompor a sua existência, recapitulando-a para si e para seus leitores

Estrutura narrativa
• 36 capítulos curtos:
• 1 e 2 – falam das dificuldades de Paulo Honório para escrever o relato
• 3 a 16 – estão centrados na posse e desenvolvimento de São Bernardo
• 17 a 36 – tratam da tentativa de posse de Madalena, o fracasso dessa posse e conseqüente destruição de Paulo Honório e da Fazenda São Bernardo
• Tempo linear (com exceção de uma pequena digressão no capítulo 13):
• Cronológico, memorialístico e psicológico


Os quatro movimentos da obra
• A ascensão

• O casamento

• Os ciúmes

• A queda

São Bernardo – A FAZENDA
• Paulo Honório exerce, pois, um duplo papel no romance:

• Há o fazendeiro:
• homem ambicioso que constrói a mais importante propriedade rural da região;
• Que tem cerca de 50 anos
• Filho de pais desconhecidos, que teve infância pobre e que foi criado pela velha Margarida, uma vendedora de doces

• DA AMBIÇÃO DE PAULO HONÓRIO É RECONSTRUIDA A SÃO BERNARDO, FAZENDA.

São Bernardo – O LIVRO
• e há o escritor que tenta entender as razões de seu fracasso existencial.
• Esse escritor, Paulo Honório, acha que não teria condições de escrevê-lo, devido à sua rudeza e às suas poucas letras. Tenta resolver o problema através da divisão do trabalho: padre Silvestre ficaria com a parte moral e as citações latinas; o advogado João Nogueira com as questões gramaticais e o jornalista Azevedo Gondim com a composição literária. Mas só o jornalista aceita a tarefa. O seu estilo pernóstico e complicado desagrada profundamente a Paulo Honório, que decide ele mesmo escrever o relato, utilizando uma linguagem coloquial e aparentemente anti-literária.
• DESSA ESCRITA NASCE A AUTO-REFLEXÃO E A CONSCIÊNCIA DE SEU FRACASSO EXISTENCIAL





............................. PAULO HONÓRIO
..................................... X
............................ MADALENA

A brutalidade, os gestos rudes e os ciúmes de Paulo
.......................................X
O jeito amoroso e carinhoso de Madalena
....................................... ***
Fazendeiro, homem, alma patriarcal, linguagem rústica e bárbara
.......................................X
Professora, dotada de qualidades intelectuais, causa admiração e inveja ao marido rústico
....................................... ***
...................................Rigidez
.......................................X
.........................Bondade, generosidade
....................................... ***
Suicídio de Madalena = recusa a desumanização de Paulo Honório e a reafirmação de sua impotência perante à realidade concreta

Outras Personagens
• Luís Padilha - herdeiro que perde a fazenda para Paulo Honório, é um dos símbolos da antiga oligarquia rural nordestina (o outro é seu Ribeiro). A sua incompetência transforma-se em ressentimento e, em seguida, em idéias revolucionárias de esquerda. Sobrevive como professor na escola da fazenda e no final adere aos rebeldes de 1930.

• Seu Ribeiro - guarda-livros de Paulo Honório, fora um poderoso senhor patriarcal no passado, mas não soubera acompanhar as mudanças históricas, afundando com o seu mundo. Ele representa os melhores valores de um patriarcalismo já morto, na medida em que sempre aplicou a justiça e ajudou a sua gente. Mesmo arruinado, continua cheio de princípios e de ética.

• Azevedo Gondim - jornalista venal, aluga a pena para defender os interesses de Paulo Honório, fechando os quatro pontos de apoio de seu poder: o jagunço, o padre, o advogado e o jornalista.

• D. Glória - a tia de Madalena (e sua única familiar) mostra a face desprotegida das mulheres pobres livres que, não tendo se casado e não possuindo uma profissão, vivem do favor de parentes.

• Casimiro Lopes - figura clássica do capanga do antigo sistema rural pré-capitalista, revela, tanto em sua fidelidade ao patrão quanto na sua frieza assassina, a forma como os conflitos pela posse da terra eram resolvidos. Curiosamente, o jagunço é o único ser que parece gostar do filho de Paulo Honório e Madalena, assemelhando-se neste aspecto a personagens de Jorge Amado e a outros capangas que surgem em Angústia e Infância, do próprio Graciliano.

• Padre Silvestre - encarna a Igreja em sua vinculação aos poderosos e sua aguda percepção de para onde sopram os ventos da História. A adesão do padre aos revolucionários de 30 é óbvia: afinal eles são os novos donos do poder. Óbvia também é a sua ruptura com Paulo Honório porque este não apóia a Revolução.

• João Nogueira - advogado do narrador, usa o saber jurídico, a esperteza amoral e a amizade com o juiz para favorecer seu cliente em pendengas sobre as terras.

A metalinguagem
• Linguagem que fala da linguagem

• Metalinguagem = reflexão sobre a existência

• Pequenas conversas ou interpelações do leitor:

“Tornei a encontrar a mocinha loura. Eu voltava da capital, aonde tinha ido por causa do sem-vergonha do Brito. A coisa se deu assim. Depois do meu telegrama (lembram-se: o telegrama em que recusei duzentos mil-réis àquele pirata), ...” (cap. 13)

quinta-feira, 24 de abril de 2008

O conto da mulher brasileira

Esses comentários é bem interessantes. Vale a pena ler:

comentário geral sobre O conto da mulher brasileira: (meio fraquinho, mas não tem nada errado não)
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/o/o_conto_da_mulher_brasileira
comentário sobre o conto "As formigas":
(vale a pena ler - está muito bom!)
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/a/as_formigas_conto_lygia

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Metalinguagem

Uns Versos
Adriana Calcanhoto

Sou sua noite, sou seu quarto
Se você quiser dormir
Eu me despeço
Eu em pedaços
Como um silêncio ao contrário
Enquanto espero
Escrevo uns versos
Depois rasgo

Sou seu fado, sou seu bardo
Se você quiser ouvir
O seu eunuco, o seu soprano
Um seu arauto
Eu sou o sol da sua noite em claro,
Um rádio
Eu sou pelo avesso sua pele
O seu casaco

Se você vai sair
O seu asfalto
Se você vai sair
Eu chovo
Sobre o seu cabelo pelo seu itinerário
Sou eu o seu paradeiro
Em uns versos que eu escrevo
Depois rasgo

Ouça a música clicando no link:
http://br.youtube.com/watch?v=o-8PJVTACQk

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Metalinguagem

Veja essas telas do pintor René Magritte:

Isto não é um cachimbo.