sexta-feira, 15 de maio de 2009

O que a LITERATURA no NOVO ENEM espera dos candidatos

O novo ENEM espera que os candidatos saibam "analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.

  • Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político.
  • Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário.
  • Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional.


Estudo do texto literário: relações entre produção literária e processo social, concepções artísticas, procedimentos de construção e recepção de textos - produção literária e processo social; processos de formação literária e de formação nacional; produção de textos literários, sua recepção e a constituição do patrimônio literário nacional; relações entre a dialética cosmopolitismo/localismo e a produção literária nacional; elementos de continuidade e ruptura entre os diversos momentos da literatura brasileira; associações entre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário em seus gêneros (épico/narrativo, lírico e dramático) e formas diversas.; articulações entre os recursos expressivos e estruturais do texto literário e o processo social relacionado ao momento de sua produção; representação literária: natureza, função, organização e estrutura do texto literário; relações entre literatura, outras artes e outros saberes."
fonte: INEP/MEC

mais informações no site: http://www.enem.inep.gov.br/ 

quarta-feira, 13 de maio de 2009

"Meu amigo" - Luiz Vilela

Neste conto os pombos brancos são uma metáfora para a inocência perdida.
É como se antes o rapaz acreditasse na existência de pessoas boas, inocentes, mas agora, depois de ter sofrido em função de ter acreditado na bondade humana ele passou a, para se proteger, acreditar que todas as pessoas têm sempre segundas intenções, que elas são maliciosas e não são inocentes, o que justifica o fato de ele ao construir um novo pombal criar pombos de todas as cores, menos brancos. Isso porque não há pombos brancos, a inocência está definitivamente manchada pela malícia humana.

"PAI CONTRA MÃE" - Machado de Assis

  • Narrador: 3ª pessoa
  • Tempo: final do século XIX, antes da abolição da escravidão
  • Espaço: Rio de Janeiro (capital do país naquela época)
  • Personagens:

  1. O pai (caçador de escravos fugidos) - é o personagem que tem como profissão caçar escravos fugidos. Ele ganha muito pouco e o que recebe mal dá para os gastos com a família. Com o nascimento do filho será impossível sobreviver com tão poucos recursos. É necessário que ele consiga dinheiro para que tenha condições de criar seu filho e não tenha que entreg-ló para adoção. É ele quem vai lutar com uma mãe, ambos tentando devender a vida de seus filhos.
  2. A mãe (escrava fugida) - é a escrava que fugiu. Ao ser encontrada, ela luta contra o caçador de escravos, pois ela estava grávida e tentava salvar a vida de seu filho.
  3. Clara - esposa do caçador de escravos. Personagem com postura romântica e idealizada sobre a vida.
  4. Tia Mônica - Tia de Clara que vive com o casal, às custas do marido de Clara - que ganha muito pouco. Ela é uma personagem tipicamente realista e nem um pouco idealista nem romântica. É ela quem aconselha ao casal, em tom de ordem, que encaminhe a criança para adoção por falta de recursos para criá-la.

COM ESTAS INFORMAÇÕES É POSSÍVEL RESOLVER AS QUESTÕES

Comentário sobre algumas características da obra BOM CRIOULO, de Adolfo Caminha - UFMG 2010

Idealização - Bom Crioulo (Amaro) via aleixo com um olhar idealizado; Aleixo é visto como um ser perfeito e ideal, semelhante à posição em que a mulher muitas vezes foi colocada no romantismo (poesia e prosa) e, mesmo antes, na poesia de camões e nas cantigas de amor do medievo português. Porém, nesse caso há um homem que idealiza outro, enxergando-o como se este fosse uma mulher, objeto de seu desejo, como se fosse uma coisa, um pertence seu.
 
Triângulo amoroso - Aleixo é o ângulo principal do triângulo amoroso, visto que inicialmente ele mantém um relacionamento homossexual com Bom Crioulo, mas depois passa a também se relacionar, às escondidas, com D. Carolina. Esta, antes amiga fiel e totalmente grata a Amaro, passa, depois de estar amasiada com o grumete (Aleixo), a repelir a imagem de seu antigo amigo. Bom Crioulo é, de certo modo, rejeitado por Aleixo e por D. Carolina, pois é traído por ambos. Aos poucos Bom Crioulo vai tomando conhecimento da realidade ao seu redor, o que vai provocar o desfecho trágico da narrativa - o ciúme do amador/possuidor que conduz à morte.
 
Crime passional - diante da constatação da realidade e da brusca oposição entre idealização e realidade vivida, Bom Crioulo fica enfurecido e insandecido, e parte para realizar sua vingança sanguinolenta. Totalmente transtornado pelos tormentos e sofrimentos aos quais foi submetido, ele, tomado por um instinto animalesco e totalmente destituído da razão humana, apenas guiado pelo instinto de vingança, sai à caça de Aleixo para exterminar-lhe a vida.
 
Final previsível - o final previsível é um final tipicamente naturalista, com uma cena de assassinato à sangue frio, um sujeito completamente insano; insanidade esta causada pelo meio em que ele vivia. Ele, que antes era conhecido como BOM CRIOULO, marinheiro bem comportado e exemplar, se torna um assassíno frio, agindo simplesmente guiado por seu instinto de vingança, em seu estado de natureza, fora das regras e convenções sociais, prevalencendo numa sociedade em que o mais forte prevalece ao mais fraco (Darwinismo social). No finalzinho do conto percebe-se que o assassinato em poucos minutos tornou-se algo irrelevante aos transeuntes que passavam pelo local onde o fato acabara de ocorrer.

Resumo BOM CRIOULO, de Adolfo Caminha - UFMG 2010

Amaro e Aleixo são pessoas distintas. Amaro é um marinheiro que tem um bom comportamento e que é conhecido o Bom Crioulo. Aleixo (que na obra é também chamado de "grumete", "efebo" e "bonitinho") também é marinheiro, loiro, magrinho e com feições bastante femininas, com quem Bom Crioulo passa, a partir do fim do terceiro capítulo do livro a manter um relacionamento homossexual. Os dois se conheceram na corveta - navio onde trabalhavam - e lá começaram a se afeiçoar um pelo outro. Bom Crioulo era negro, alto e muito forte e defendia Aleixo (o loirinho) dos comentários e injúrias dos outros marinheiros, que acusavam Aleixo, com comentários maliciosos, de ser homossexual.
Bom Crioulo passa a procurar um lugar para que os dois possam viver aquele relacionamento e encontra abrigo na casa (pensão) de D. Carolina, uma portuguesa de meia idade, velha amiga e conhecida de Bom Crioulo. Ela era extremamente grata ao negro por ele ter uma vez a salvado de um assalto. A partir desse episódio surge então entre eles uma amizade bonita e sincera.
Bom Crioulo e Aleixo passam a viver hora no mar(na corveta) ora na terra (na casa de D. Carolina, situada na rua da Misericórdia).
D. Carolina cria uma grande afeição por Aleixo, passando a chamá-lo "meu bonitinho".
Bom Crioulo e Aleixo são transferidos de navio e passam a servir em corvetas diferentes. Isso faz com que os dois se encontrem cada vez menos e por fim parem de se encontrar.
É nesse momento em que se inicia o relacionamente oculto entre D. Carolina e Aleixo. Esta mulher é a responsável por despertar no jovem marinheiro loirinho toda a sua virilidade e masculinidade.
Bom Crioulo fica doente, é internado em um hospital e se sente sozinho e abandonado, e enquanto isso Aleixo e D. Carolina vivem felizes na casa da rua da miséricordia, tendo apenas um único temor: o retorno de Bom Crioulo.
Bom-Crioulo escreve uma carta a Aleixo quando ele ainda estava internado avisando ao marinheirinho sobre a sua doença e pedindo que ele viesse visitá-lo, porém a carta é recebida por D. Carolina, que a rasga, impossibilitando assim que a mesma chegue às mãos de Aleixo e que ele saiba da situação do negro e vá visitá-lo.
Bom Crioulo transtornado foge do hospital e vai atrás de Aleixo na casa onde antes era o ninho de "amor" dos dois. Porém ao chegar próximo à casa, descobre que Aleixo está vivendo amasiado com a portuguesa, notícia essa que o deixa mais transtornado ainda, insandecido.
A partir de então ele parte para a casa da portuguesa em busca de Aleixo para matá-lo. Quando o negro chega Aleixo o atende surpreso e com medo tenta inutilmente se explicar.
Bom Crioulo completamente louco bate em Aleixo no meio da rua até matá-lo. Depois do assassinato Bom Crioulo vai embora andando naturalmente, a portuguesa sai da casa tentando inutilmente acudir o marinheiro loirinho que já estava morto. Entáo o corpo de Aleixo é levado e a multidão que estava em torno do acontecido se dispersa como se nada tivesse acontecido.